A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) entrevistou mais de 300 empresas do setor em todo o Brasil e chegou à conclusão que todo caminhoneiro autônomo já sabe: o frete está bastante defasado. O carreteiro pode não ter ideia do quanto, mas o estudo da NTC sim: 12.9%. Este é o percentual da diferença entre os fretes praticados no mercado e os custos efetivos da atividade.
Segundo o estudo, a defasagem no frete tem sua origem tanto no acúmulo das defasagens ao longo dos anos quanto na inflação dos insumos que compõem os custos. Combustível e mão de obra liderando o ranking de custos dos empresários. Entre os principais insumos, o óleo diesel teve aumento de 13,49% nos últimos 12 meses, e o salário de motoristas contabilizou 9% de aumento. Fora isso, o desconhecimento de todos os custos que devem ser considerados no cálculo também pesa na conta. Por exemplo, 68,4% dos transportadores de carga fracionada desconhecem ou não cobram a TRT, Taxa de Restrição de Trânsito.
Outros resultados do estudo
• 75,8% dos entrevistados apresentou queda no desempenho financeiro de 0,1 a 10% no ano passado.
• 83,6% dos empresários não recebe fretes em dia.
• 78% dos entrevistados está pessimista com o ano de 2016, não esperando nenhum crescimento e até diminuição de mercado.
Fonte: Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE).
E a situação do autônomo?
Se empresários, que são mais organizados do que a maioria dos autônomos e têm mais poder de negociação pelo volume da frota estão sentindo o peso da defasagem do frete, como está a situação do carreteiro que tem um caminhão? Péssima! Os repórteres do Pé na Estrada entrevistam diversos autônomos para assuntos variados e frete é tema recorrente. Esta semana mesmo encontramos muitos parados em um posto na Fernão Dias, região de Guarulhos, bem perto do Terminal de Cargas. O pátio estava lotado de caminhões trucados, carga seca, carroceria de madeira. Os motoristas conversavam ou buscavam carga no aplicativo. Um deles estava há 18 dias parado.
Fonte: Pé na estrada
Nenhum comentário:
Postar um comentário