“Para uma implementadora atender ao segmento público, a empresa precisa ter lastro”. É o que diz Alcides Braga Neto, gerente de Suprimentos da Truckvan, já que – normalmente – o pagamento pelo produto adquirido ocorrerá somente após a entrega da carreta. Segundo o executivo, a saúde financeira poderá ser determinante para o futuro de novas concorrentes no mercado de unidades móveis.
“Se a implementadora não estiver estruturada financeiramente para poder suportar o investimento que ela precisa fazer antes de produzir a carreta, que pode chegar a 3 ou 4 milhões de reais, dependendo do projeto, que pode incluir simuladores caros, vai correr o risco de não cumprir o contrato”, alertou Braga Neto.
Até 2015, a Truckvan explorou praticamente sozinha o mercado de unidades móveis. Com o sucesso desse negócio, outras empresas começam a prestar atenção neste segmento para diversificar os seus negócios e superar a crise. Porém, o executivo da Truckvan acredita que os novos entrantes podem sofrer dificuldades para atender as demandas dos governos.
“Para poder fornecer a carreta para o governo, a empresa precisa fazer o investimento integral na produção desta unidade móvel, para receber o valor negociado somente no futuro, após a entrega”, destacou Braga Neto. “Portanto, essa é uma relevante barreira aos novos entrantes, pois poucos terão o fôlego financeiro que nós temos para cumprir todas as etapas da produção até a entrega do produto, para só depois receber”, completou.
Segundo Braga Neto, as negociações com o governo podem funcionar de duas formas: “Nós construímos e entregamos a carreta pronta, ou, podemos construir a carreta com todos os equipamentos, fazer a gestão logística e de RH (Recursos Humanos) da equipe que irá trabalhar nela, e fornecer um pacote de serviços com contrato mensal de locação por um período de um a cinco anos”, explicou.
Locação – Na área de locação, além dos produtos da área de medicina para o poder público, a Truckvan fornece carretas para eventos privados, como shows com camarins móveis e a jetvan, por exemplo.
Atualmente, o mercado de locação representa 30% dos negócios da Truckvan, sendo que neste ano poderá chegar a 40% em razão do período de recessão do setor de implementos rodoviários. “Trata-se de um bom negócio, pois temos previsibilidade de receita”, garantiu Braga Neto.
Receita – Para 2016, a previsão é de que o ano repita o desempenho de 2015. “Em 214, a Truckvan faturou R$ 145 milhões. Em 2015, deverá fechar com faturamento entre R$ 70 mi a R$ 80 mi e, em 2016, deverá manter este volume”, analisou o executivo. O promissor mercado dos food trucks é o ponto fora da curva, que está em franco crescimento e deverá ajudar o segmento de implementos pelos próximos dois anos, informou.
“A partir de 2017, haverá um crescimento gradual de 10 a 20% por ano. Não vamos mais experimentar crescimentos tão acentuados como o que já tivemos nos últimos anos. Devemos demorar pelo menos 4 anos para retornar ao patamar de 2014”, finalizou.
Fonte: Transporte online
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