No ano marcado pelo maior tombo (-47,7% sobre 2014) do mercado de caminhões como não se via desde as décadas de 1980 e 1990, todos os fabricantes perderam bastante, mas MAN/VW e Mercedes-Benz protagonizaram uma luta palmo a palmo pela liderança de vendas em 2015.
Ambas conseguiram ganhar participação e aumentaram seu domínio no Brasil de 52,5% para 54,1% dos emplacamentos, com menos de 300 unidades separando uma da outra. Correndo por fora, a Ford conseguiu retomar o terceiro lugar do ranking e foi a marca que mais ganhou terreno.
Com avanço de 0,85 ponto porcentual em sua participação, para 27,4%, a MAN/VW se manteve na liderança de vendas de caminhões no País. A queda nos emplacamentos em 2015, de 45,9% sobre 2014, ficou pouco abaixo da baixa média do mercado. Com a marca Volkswagen, a MAN liderou dois dos cinco segmentos de mercado, ficando em primeiro nas faixas de leves e semipesados, e foi a segunda mais vendida entre os veículos médios.
No encalço da MAN, a Mercedes-Benz não conseguiu superar a rival, mas teve ganho de participação parecido, de 0,78 ponto, para 26,9%, ficando na segunda posição do mercado nacional de caminhões por apenas 0,3 ponto. A marca sofreu queda um pouco mais acentuada de suas vendas ao longo do ano, com retração de 46%, ainda assim um pouco melhor do que o péssimo resultado de 2015. A Mercedes não liderou em nenhum segmento, mas foi a segunda mais vendida em quatro dos cinco (semileves, leves, semipesados e pesados), além de ficar em terceiro entre os médios.
A Ford recuperou em 2015 o terceiro posto das vendas nacionais de caminhões – lugar que em 2014 foi ocupado pela Volvo. Com ganho de expressivos 3,69 pontos porcentuais de participação, para quase 18% dos emplacamentos totais, grande parte da retomada foi lastreada pela Série F, que garantiu por larga margem a liderança no segmento de semileves no ano. A Ford também liderou a faixa dos médios. Os seus licenciamentos caíram 34,1%, bem menos do que a médias geral de 47,7%.
Com queda de 57,7% nas vendas de 2015, acima da média geral do mercado mas abaixo de seu principal segmento de atuação (pesados), a Volvo desceu para o quarto lugar do ranking de caminhões, perdendo 2,77 pontos de participação, para 11,6%. Vendendo apenas modelos semipesados e pesados, a marca sueca sofreu porque opera justamente nos dois segmentos que mais caíram no ano (-49,3% e -60,6%, respectivamente), por isso seu tombo foi mais pronunciado. Ainda assim a Volvo conseguiu liderar por boa margem as vendas de pesados, o seu FH foi o mais vendido dessa faixa de mercado.
Atuando na mesma porção do mercado, a Scania conseguiu se manter na quinta posição do ranking, mas o tombo de suas vendas foi grande, de 63%, fazendo a marca perder 3 pontos de participação, para 7,3%, o pior desempenho de 2015 entre os fabricantes de caminhões. Mesmo na sua especialidade, os pesados, a Scania terminou o ano em terceiro no segmento, atrás de Volvo e Mercedes-Benz.
Mesmo atuando com linha completa de modelos, a Iveco conseguiu emplacar menos de 10 mil unidades em 2015, registrando retração nas vendas de 48,9%, em linha com o mercado. Com isso, ficou no mesmo lugar no ranking, sexta posição, com participação de 6,3%, em leve recuo de 0,11 ponto.
Do sétimo lugar para baixo do ranking nacional de caminhões, nenhuma empresa conseguiu vender mais de mil veículos no ano. A primeira a aparecer nessa faixa é a Caoa Hyundai, atuando com um único modelo no segmento de leves. Ainda assim, seus 893 emplacamentos garantiram a ascensão do oitavo para o sétimo lugar na tabela, com crescimento de 28,5% nas vendas em 2015 e ganho de participação de 0,74 ponto, para 1,24%.
Estreante no mercado brasileiro de caminhões e no segmento de pesados, a DAF conseguiu em 2015 subir ao oitavo lugar no ranking. O crescimento nas vendas de 72,3%, com apenas 443 unidades emplacadas, reflete a base de comparação muito baixa de 2014, quando iniciava suas operações no País. A participação da marca alcançou 0,62%, com ganho de 0,43 ponto porcentual de um ano para outro.
Em nono lugar, mantendo a posição do ano anterior, aparece a gaúcha Agrale, que teve retração das vendas de 39% em 2015, com apenas 261 caminhões emplacados. Mas a participação de mercado ficou praticamente inalterada, com 0,36%.
A chinesa Foton encerrou 2015 pela primeira vez na décima posição entre as marcas de caminhões mais vendidas do País – foi a 13ª em 2014. Com o baixo volume de 83 veículos emplacados, a Foton teve crescimento das vendas de 25,7% na comparação com o ano anterior, e sua participação de 0,12%, embora muito pequena, é mais que o dobro do 0,05% registrado um ano antes.
Outra marca chinesa, a Sinotruk, seguiu ladeira abaixo em 2015, com queda de 59% nas vendas, de 80 unidades no total. Já a International, que em 2014 havia conseguido vender quase mil caminhões, graças ao fornecimento dos modelos semipesados Durastar para municípios em uma licitação pública, no ano passado entrou em espiral recessiva, com emplacamento de apenas 67 veículos e a interrupção da produção na fábrica de Canoas (RS).
Fonte: Autobusiness
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