segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Axor 3344 mostra força e resistência no campo

O Mercedes-Benz Axor 3344 é um caminhão traçado voltado para atividades fora de estrada, sendo sucesso de vendas nos segmentos canavieiro e madeireiro e também nos canteiros de obras.

Lançado em 2005 nas versões P (plataforma), K (caçamba) e S (cavalo mecânico), o caminhão ganhou notoriedade na configuração rígida, mas ao longo dos anos vem conquistando clientes na versão cavalo mecânico, com a cana, por exemplo, cuja colheita é temporária, podendo aproveitar o cavalo em outras combinações, até dentro da própria aplicação.



Isso se constitui vantagem, uma vez que, enquanto o semirreboque descarrega na usina, o cavalo pode atrelar-se a outro implemento vazio e voltar para o campo. Por conta de suas múltiplas facetas, 3344 tornou o preferido na operação do Grupo São Martinho, um dos gigantes na atividade sucroenergética do país. 

Com uma frota de 556 caminhões, de leve a pesados, incluindo ônibus, 61% dos veículos são da marca da estrela de três pontas, e 164 são do modelo Axor 3344 6x4, entre rígidos e cavalos, com idade média de quatro anos. Para conhecer o comportamento do principal representante na colheita de cana do Grupo São Martinho, na usina em Pradópolis, na região de Ribeirão Preto, interior paulista. 

Trata-se de uma das maiores usinas do mundo em operação, ocupando uma área com raio de aproximadamente 33 km. Para se ter uma ideia, neste ano estima-se a moagem de 10 milhões de toneladas de cana. Para tanto, cada Axor 3344, atrelado a um rodotrem de nove eixos, tem a função de cumprir uma carga horária de três turnos de oito horas cada, com troca de motorista, fazendo o transporte de 500 t de cana por dia, da fazenda à usina. Portanto, o caminhão não pode parar.

Segundo Richardson Pereira Gouveia, gestor de manutenção agrícola do Grupo São Martinho, o 3344 tem como principais pontos fortes a mecânica simples, o que torna a manutenção mais fácil, além de suportar o dia a dia da operação. “Os Axor estão sempre ativos. São modelos que têm disponibilidade de peças, além de atuarem cerca de 95% do tempo, e na nossa operação esses fatores fazem a diferença. Além disso, ele é acessível em termos de manutenção se comparado até a outras marcas que temos aqui na mesma operação”, completa Gouveia.

PRODUTO RENOVADO

Em 2010, a Mercedes deu uma repaginada na gama, incluindo os vocacionais, quando introduziu a linha Axor Premium – os caminhões contam com câmbio semiautomatizado e o freio ABS (que na época ainda não era obrigatório) como equipamentos de série.

Na sequência, a marca introduziu o motor OM-457 LA de 12 litros, que atende à norma de redução de emissão a P7, por meio da BlueTec 5, tecnologia exclusiva da Mercedes-Benz que utiliza o sistema SCR (Redução Catalítica Seletiva) de pós-tratamento de gases. É um motor de 6 cilindros que desenvolve 439 cv de potência a 1 900 rpm e torque de 219,2 mkgf a 1 100 rpm. Permanece a transmissão semiautomatizada, também produzida pela MB, a G-240 de 16 marchas, conhecida como ComfortShift.

A caixa possui anel sincronizador, e a Mercedes optou por mantê-la semiautomatizada devido ao perfil de atividade, que exige componentes mais robustos e resistentes. Porém, quem usa a caixa totalmente automatizada, oferecida por dois concorrentes, prefere esta opção do que a semiautomatizada, pois os anéis sincronizadores sempre foram causa de aumento de manutenção de forma geral, independentemente do fabricante. A embreagem tem espessura de 400 mm. O trem de força se completa pelo freio-motor Top Brake e o freio retarder Voith R 115 HV, que juntos possuem poder de frenagem de 1 000 cv.

A robustez se destaca por uma série de equipamentos, como os eixos traseiros HD-7/HL-7 com redução nos cubos, reforçados e com capacidade técnica para 13 t cada um.

O conjunto proporciona sincronia e rendimento para o trabalho pesado. Além disso, possui bloqueio transversal e longitudinal do diferencial, suspensão tandem com molas, amortecedores e barra estabilizadora. Isso resulta em maior estabilidade e melhor aderência nos pisos irregulares, mesmo em condições desfavoráveis à tração, o que nossa equipe comprovou na prática, na estrada de terra dentro da fazenda São Martinho. Chamou a atenção o bem-estar a bordo mesmo rodando em pisos irregulares, graças à suspensão do veículo.

Com tração 6x4, PBT técnico de 33,5 t, PBTC (Peso Brupo Total Combinado) de 74 t e CMT (Capacidade Máxima de Tração) de 123 t, o Axor 3344 pode receber os mais variados tipos de implementos e é frequentemente utilizado com combinações do tipo romeu e julieta de quatro eixos, rodotrem ou treminhão.

A CABINE

Uma novidade que a Mercedes introduziu na sua linha off-road foi o conceito de conforto a bordo para o motorista. Com isso, o caminhão ganhou estofado mais confortável e de fácil limpeza. Travas e vidros elétricos, ar-condicionado e climatizador passaram a ser itens de série. A versão avaliada possui cabine estendida com distância de entre-eixos de 3 300 mm.

O pacote de equipamentos do off-road Axor ainda conta com computador de bordo com planejamento da manutenção do veículo, controle do consumo de combustível e diagnóstico de falhas, limitador e alarme de velocidade e volante regulável. O condutor conta com nichos para tornar o seu dia a dia mais prático, como porta-óculos, para-sol nas portas e porta-objetos. O banco é pneumático e está mais ergonômico, graças à espuma de alta densidade e às diversas regulagens, como as do sistema de amortecimento horizontal e vertical.

Assim como em todos os modelos fora de estrada, o porte do 3344 possui para-choque mais elevado produzido com material mais resistente. As escadas de acesso também são adequadas à operação. As laterais da cabine possuem saias emborrachadas que também ajudam a proteger a lataria do veículo nos campos off-road, já que são flexíveis e absorvem os impactos.

Esses diferenciais do Axor 3344 6x4 agradam João Luiz Tomazeli, motorista da Usina São Martinho há dois anos. Segundo Tomazeli, que trabalha nas altas temperaturas da fazenda na região de Ribeirão Preto, o conforto do ar-condicionado faz toda a diferença. “Como não rodamos por longos trechos, e dentro do campo, por causa das estradas de terras, temos de trafegar a uma velocidade entre 30 km e 40 km/h, a caixa semiautomatizada ajuda muito”, diz. Nessa velocidade média, o caminhão elegeu a quarta marcha e, eventualmente, alcançava a quinta, nunca passando dos 1 350 rpm. Lembramos que a faixa de rotação do modelo é de 900 a 1 600 rpm, ou seja, uma faixa ampla.

Da fazenda ao caminho da usina – onde a cana é levada para a moenda por um pequeno trecho do trajeto de aproximadamente 10 km por rodovia –, o Axor alcança a velocidade de 70 km/h, limite de segurança estipulado pela São Martinho. Nesse trajeto a ComfortShift elegeu 14ª variando e não ultrapassando os 1 500 rpm.

A Mercedes-Benz tem obtido sucesso de vendas na colheita da cana-de-açúcar com o Axor 3344 6x4 graças à simplicidade e à robustez dos componentes. Isso tem rentido boa fama ao caminhão e cada vez mais grande número de adeptos no segmento. 

 Fonte: Motorpress

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